segunda-feira, 25 de junho de 2012

SUA EMPRESA É UM SANTOS OU UM CORINTHIANS?



Corinthians x Santos (Foto: EFE / Sebastião Moreira)
A passagem do Corinthians, para a final da Taça Libertadores, é um exemplo do moderno embate de duas escolas de administração: de um lado, a que põe sua ênfase na construção do trabalho em equipe; de outro, a que prega a aquisição de talentos.
Vamos deixar claro logo de início: uma escola não exclui a outra. É óbvio que uma equipe tem de ter talentos, e que no mundo de hoje raramente uma estrela pode trabalhar sozinha. Isso não significa que as duas teses se equivalham. E os dois times que disputaram a semifinal são exemplos. Há ótimos jogadores no Corinthians, mas o que sobressai é o trabalho de equipe; há cooperação e jogadas ensaiadas no Santos, mas o que sobressai é o talento individual, especialmente de Neymar e Ganso.
Nas empresas, as duas escolas têm defensores (e praticantes) poderosos. Toda a mítica moderna de caça aos talentos é, obviamente, calcada na crença de que o resultado das empresas vem primordialmente da genialidade de algumas estrelas. O consultor americano Jim Collins é provavelmente o principal defensor moderno dessa tese. Segundo ele, a primeira coisa que uma empresa deve fazer é “colocar as pessoas certas no seu ônibus”. O rumo, a velocidade, todo o resto vem depois.
Essa é a visão por trás de toda a indústria dos headhunters, os caçadores de gente brilhante. E essa é a visão preponderante em empresas meritocráticas. Seu funcionamento básico repousa sobre a seguinte premissa: vamos separar os bons dos não tão bons, dar condições favoráveis e oportunidades para que as estrelas brilhem – e elas trarão resultados excepcionais.
Escola fortíssima, com expoentes como BTG Pactual e Ambev, mas também empresas que hoje atravessam problemas, como Americanas.com.
Do outro lado, uma escola não menos forte, com expoentes como Bradesco e Pixar (sim, os extraordinários desenhos são feitos num exemplar trabalho de equipe), mas também grandes burocracias travadas como... quase qualquer agência governamental.
Se a escola do talento sustenta os headhunters, a escola do time sustenta os programas de treinamento e boa parte dos trabalhos de coaching. Em oposição à imagem de Collins, a ideia é que, se o ônibus tem uma rota bem feita e manutenção cuidadosa, é possível treinar as pessoas para desempenhar as funções necessárias para levar a missão a bom termo.
Um exemplo famoso disso é a empresa americana SAS, de software e serviços de análise de negócios, uma empresa que fatura US$ 2,7 bilhões. O executivo-chefe Jim Goodnight diz acreditar numa profecia auto-realizável: se você tratar as pessoas como se elas fossem essenciais, elas se tornarão essenciais.
Normalmente, as empresas brigam por mercado, e demora até ficar claro se seu modelo de funcionamento é mais adequado que o das concorrentes. Por isso o futebol é uma metáfora quase irresistível. Em uma semifinal como a de ontem, só um dos times passa à próxima fase.
Mesmo sendo irresistível, a metáfora tem seus limites. Um impedimento não marcado, um escorregão de zagueiro ou um montinho artilheiro pode mudar a história do jogo – e levar a conclusões opostas sobre o embate. Isso sem falar que nós costumamos interpretar os fatos de acordo com nossas convicções. Se uma estrela joga mal, “estava num mau dia”. Se um jogador disciplinado marca um golaço, “estava no lugar certo”, fruto de treinamento. E, quando um time começa a ganhar tudo, como o Barcelona, ambas as escolas reivindicam o sucesso. O Barcelona tem muitas estrelas, dizem os analistas, mas também um conjunto inigualável.
É comum dizer que times coletivos privilegiam a troca de passes, posse de bola, marcação. E estrelas são “capazes de definir o jogo num lampejo”. É um pouco enganoso. O Corinthians, nos dois jogos contra o Santos, exerceu uma marcação implacável, fruto de uma disciplina e um treinamento invejáveis. Mas o gol que lhe deu a vitória, no primeiro jogo, nasceu de uma jogada típica de craques. Se tivesse sido feito pelo Santos, os analistas diriam que era por causa de suas estrelas.
Mesmo assim, esquematicamente pode-se dizer que, na semifinal da Taça Libertadores de 2012, o trabalho de equipe venceu a ênfase no talento. Será verdade sempre?
O debate é infindável, e se parece muito com a história do ovo e da galinha. São as estrelas que definem a estratégia, ou é a estratégia que produz os talentos necessários para cumpri-la? Só que, no caso do ovo e da galinha, não há a menor diferença para a nossa vida prática. No caso das empresas, o modo como elas escolhem encarar a realidade – e torcer por resultados – muda muito a nossa vida.
Fonte: Época Negócios

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Tocar bem o negócio na web dá lucro em 6 meses

Abrir um negócio sem se preocupar com a sala comercial. Essa é a condição do e-commerce que mais atrai futuros empreendedores, até mesmo os micro e pequenos.

A  “loja”, no caso, é um site. Ao lado você tem exemplos de custos e tipos de páginas. É bom lembrar que investimentos com publicidade (essencial, pois os consumidores precisam saber que sua loja existe) e com a compra de mercadorias não estão dentro dos custos que aparecem ao lado - ali, só o montante para “abrir” o site.
“Se fizer direitinho o ‘dever de casa’,  possivelmente no período de 6 meses a 9 meses o empreendedor vai faturar pelo menos 10 vezes o que investe em propaganda. Existem  casos de lojas que investiram R$ 3 mil e faturaram R$ 30 mil e casos de lojas que investiram R$ 30 mil e faturaram até R$ 300 mil”, afirma Jaqueline Aparecida de Almeida, gerente do Sebrae.
A maioria dos micro empresários que optam pelo e-commerce o fazem após sucesso  no comércio convencional. Porém, tanto para estes quanto para quem entra direto nos negócios virtuais, algumas orientações são importantes.
“As principais dicas são: promover o site, responder rapidamente  e-mails, tomar cuidado com e-mails automáticos, buscar a fidelização, ter uma política clara de segurança, oferecer variadas opções de pagamento e atualizar o site constantemente”, diz Jaqueline. É importante também trabalhar com redes sociais e torná-las não apenas um instrumento de divulgação, mas também  de  fazer negócios.
Os tipos de negócios na internet
1º – Modelo básico Você paga uma mensalidade e recebe um login e senha para já começar a operar sua loja. Existem modelos para você escolher como será o visual. É possível alterar o layout, caso você contrate um web designer. É um sistema que lembra blog.
Vantagens: velocidade na abertura da empresa e custo
Desvantagens: menos flexibilidade para funções e foco para pequenas lojas
Custo: R$ 50 a R$ 2 mil
2º – Modelo padrãoA área administrativa segue um padrão e é desenvolvida sob demanda para suprir as necessidades da loja virtual
Vantagens:  flexibilidade em ter uma loja a altura da concorrência e estrutura para atender dezenas de milhares de clientes e transações 
Desvantagens: maior prazo de desenvolvimento - em média de 3 a 6 meses - e custo mais elevado
Custo: R$ 15 mil a R$ 50 mil
3º – Modelo avançadoSistema desenvolvido sobre planejamento da loja. Tudo é desenvolvido do zero e atende totalmente as necessidades e particularidades da loja.
Vantagens: total flexibilidade de funções; atende totalmente às necessidades previstas
Desvantagens: prazo longo, custos altos e necessidade de planejamento muito mais complexo
Custo: Acima de R$ 50 mil
Fonte; Alexandre Moreno

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ex-sem-teto Lança sua Própria Marca de Bolsas


A jovem britânica Hayley Millen poderia ter tido um futuro menos promissor quando se mudou para um lar de desabrigados, aos 15 anos, e sucumbido ao vício em drogas ou álcool como alguns dos jovens com quem conviveu no espaço. Mas a paixão por moda fez com que ela gastasse a maior parte do tempo desenhando bolsas, talento que se transformou em negócio em fevereiro deste ano.
Hayley Millen (Foto: Reprodução)
Prestes a completar 21 anos, Hayley lança neste mês sua primeira coleção de bolsas, que será comercializada em lojas que vendem marcas luxuosas como Chloé e Chanel.
A jovem saiu de casa após brigas com a mãe e o padrasto, que pediam que ela saísse da escola para buscar um emprego. "Eu não conseguia ficar em casa porque havia muita briga e tensão", relatou a jovem em entrevista ao jornal britânico The Sun.
Dividida entre a casa da avó e dos amigos, Hayley encontrou a estabilidade que procurava quando conseguiu uma vaga em um lar para jovens desabrigados, onde disse ter convivido com viciados. Ali, prometeu a si mesma que não se envolveria com drogas ou álcool.
Trancada em seu quarto a maior parte do tempo, Hayley começou a desenhar bolsas. "Eu sempre adorei bolsas. Ficar por horas no meu quarto me ajudou a ser criativa e escapar da realidade", disse.
Depois de dois anos, cansada das batidas policiais no abrigo, a jovem voltou para a casa da avó, onde decidiu começar a fabricar as 55 bolsas que desenhou. As primeiras seis amostras foram produzidas em uma fábrica chinesa. Com o produto em mãos, começou a divulgar as bolsas entre conhecidos. Não demorou para um investidor se interessar pelo projeto.
Em fevereiro deste ano, Hayley finalmenbte abriu sua própria empresa, a Hayley Miller Designs Ltd. Agora, ela se prepara para o lançamento das peças. "Essa coleção é especial para mim porque me traz muitas memórias. Eu estou tão contente que escolhi um outro caminho", diz.
Fonte: Época Negócios

sábado, 16 de junho de 2012

O os personagens empreendedores podem ensinar?


O cinema sempre trouxe a vida real para a grande tela. Muitas vezes, os filmes vão além de provocar emoções e se tornam verdadeiras inspirações para o público. OPensando Grande trouxe 6 personagens que mostraram coragem e paixão para seguirem seus sonhos e conquistaram mais que o sucesso empresarial, conquistaram gerações de fãs e incentivaram a vida real a imitar a arte.
Cidadão Kane
O filme foi inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst e conta a história de um mito da imprensa americana, desde a vida pobre no interior ao dono de grandes meios de comunicação. Charles Foster Kane teve uma infância perturbada e sempre com um lado ambicioso. Quando herda uma fortuna, Kane decide dedicar-se ao jornalismo. Ao misturar política, dinheiro e imprensa, o personagem vai aumentando seus defeitos e se torna cada vez mais solitário, arrogante, manipulador, cruel e sombrio. O clássico do cinema nos mostra o “sonho americano” onde apenas a ambição é recompensada. Cuidado, empreendedores, o dinheiro nunca é eterno.
Forrest Gump
Forrest é um rapaz diagnosticado com um QI abaixo da média. Orientado a ser excluído da sociedade por médicos e pela sociedade, sua mãe ignora os conselhos e o incentiva a viver normalmente. Quando adulto, Forrest conhece Benjamin Buford “Bubba” Blue, um rapaz que sabe “tudo o que se pode saber sobre camarões”. Bubba morre na guerra do Vietnã e para honrá-lo, Forrest cria uma empresa de mariscos e enriquece com as lições que aprendeu com o amigo. Uma das maiores lições que o filme e o personagem nos ensina é que “A vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar”, ou seja, aventure-se, não ligue para o que digam da sua capacidade, vá em frente e prove que é capaz!
Tio Patinhas
Patinhas McPato é um personagem criado por Carl Barks em 1947 na história Christmas on Bear Mountain. O sucesso do personagem fez com que Tio Patinhas ganhasse sua própria HQ. O pato é conhecido como avarento e morre de amores por seu dinheiro, especialmente a sua “moedinha número 1”, mostrando que sua vida empreendedora começou cedo. O que podemos aprender com o Tio Patinhas? Em todas as suas aventuras, o pato demonstra sua paixão pelo dinheiro, mas sempre parte para defender seus sobrinhos em grandes enrascadas. Por isso, lembramos que a família deve sempre fazer parte de nossas vidas, mesmo quando estamos no topo.
Jerry Maguire
Jerry Maguire é um agente esportivo bem-sucedido no ramo, mas em uma reviravolta acaba perdendo todos os seus clientes ao afirmar que a sua categoria deveria tratar seus clientes de uma forma mais humana. Perdido, Jerry tem que gastar toda a sua energia em um único jogador temperamental. O filme nos mostra como o esporte se tornou vazio e focado apenas em ascensão social. Essa é a maior lição que podemos tirar do filme, trabalhar por amor e amar o que fazemos.
Ela é o diabo
Ruth é uma mãe de família e vê seu casamento conto de fadas terminar ao descobrir que o marido Bob a trocou por Mary Fisher, uma escritora fútil e vazia. Determinada a se vingar, Ruth decide infernizar a vida do novo casal e aproveita todas as oportunidades para criar o plano perfeito para destruir a felicidade do ex-marido. Ruth abre uma empresa especializada em recolocação profissional de mulheres que também estão insatisfeitas com suas vidas e no meio do caminho descobre como vingar-se. Com isso, a protagonista descobre sua capacidade e consegue seguir em frente com sua vida. O filme retrata a ascensão das mulheres no mercado de trabalho e enfatiza que elas podem muito, se estão motivadas emocionalmente.
Willy Wonka
Willy Wonka é o fundador da Wonka Candy Company e grande inventor de doces incríveis. Apesar de rico, é um solitário que busca um novo comandante para a suafantástica fábrica de chocolates. Na versão de Tim Burton, Wonka se mostra um menino apaixonado por doces que enfrenta a autoridade do pai para experimentar todos os doces do mundo. Com essa paixão em mente, Wonka empreende e cria os mais diferentes sabores de chocolate, jujubas e melados. A lição de Willy Wonka é simples: é preciso mover-se com paixão, mas sempre manter nossa alma pura para que possamos usufruir das nossas conquistas.
Gostaram da nossa lista? Que tal nos dizer quais outros personagens inspiraram seu lado empreendedor?
Fonte; Pensando Grande

Os 10 erros mais comuns na gestão financeira


Um dos maiores desafios na administração de micro e pequenas empresas é fazer um planejamento financeiro adequado. O controle dos dados contábeis do seu empreendimento, com o auxílio de profissionais de contabilidade, garante o fluxo de caixa e o balanço comercial da empresa.  Dentre os instrumentos de análise e planejamento financeiros estão: o fluxo de caixa, que indica os recebimentos e pagamentos a serem realizados; o demonstrativo de resultado, que avalia o volume de vendas, o custo de mercadorias vendidas e as despesas fixas e variáveis; e o balanço patrimonial, que calcula o valor do patrimônio líquido da empresa.  Alguns erros comuns, no entanto, podem fazer a gestão financeira se transformar em um pesadelo na rotina de micro e pequenas empresas. Confira abaixo a transcrição dos 10 erros mais comuns:
Os dez erros mais comuns
1. Não ter as informações corretas sobre saldo de caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas fixas ou financeiras, etc. Isso ocorre porque não há o registro adequado das transações realizadas.
2. Não saber se a empresa está ou não tendo lucro em suas atividades operacionais, em razão da não elaboração de demonstrativo de resultados.
3. Não calcular corretamente o preço de venda dos produtos, pelo desconhecimento dos custos e das despesas.
4. Não conhecer corretamente o volume, a origem dos recebimentos, a quantidade e o destino dos pagamentos, porque não há elaboração do fluxo de caixa.
5. Não saber o valor patrimonial da empresa, o que ocorre quando não é feito um balanço patrimonial.
6. Não saber quanto os sócios retiram de pró-labore porque não existe um valor fixo para a remuneração deles.
7. Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas porque não há um registro adequado de estoque.
8. Não saber corretamente o valor das despesas fixas da companhia, porque as despesas pessoais dos sócios e as da própria empresa não são calculadas separadamente.
9. Não saber administrar corretamente o capital de giro, pelo desconhecimento do ciclo financeiro das operações.
10. Não fazer análise e planejamento financeiro porque não existe um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).

                     Fonte; Sebrae em A Folha de São Paulo

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Tchau, doutor! Seu conhecimento está virando commodity


O que era centralizado vai descentralizar.
 Quando entrei para faculdade ,em 1970,estudantes de ciências exatas usavam réguas de cálculo (marca ARISTO) para fazer contas. Quem podia, comprava ARISTOs enormes, e as exibiam..hmm…um tanto fálicamente, digamos.(sinal de poder,domínio…É  isso mesmo, psico especialistas?).
Depois, tudo convergiu para um enorme CPD (centro de processamento de dados) para onde eu tinha de ir rodar o programa (FORTRAN) que era minha tese de mestrado em 1976. Depois você sabe o que aconteceu…
A evolução da tecnologia faz o conhecimento migrar do especialista para a pessoa comum, quer dizer-o conhecimento migra para ferramentas que qualquer um pode usar.  Não brigue contra isso. É uma tendência de evolução fortíssima. Quem brigar, perde.  A revista The Economist desta semana mostra como é isso que está acontecendo com o médico e a medicina. Tchau,doutor.
 “Pingue três gotas dessa substância em sua urina, se ficar azul, você está grávida”. Este diagnóstico era terrivelmente complicado há poucas décadas.  A inovação fez com que migrasse para uma “ferramenta” que qualquer um pode manusear sem treinamento.
 O mesmo aconteceu em muitas outras áreas.
• Em vez de ir ao fotógrafo, a fotografia vem até você (câmara digital);
• Em vez de ir ao centro de processamento de dados, o computador vem até você (notebooks, netbooks, smartphones..);
 • Em vez de ir ao centro de cópias, a máquina de copiar vem até você (copiadoras Canon de mesas quase mataram a Xerox);
• Em vez de ir ao shopping, ele vem até você (e-commerce);
 • Em vez de ir telefonar o telefone vem até você (celular)  
 • Em vez de ir ao banco … (e-banking);
 • Em vez de ir a escola … (e-learning);
• Em vez de ir …. algo vem a você.
E exatamente isso que está acontecendo com o médico e a medicina. Vai ser cada vez mais acelerado. Bye, bye, doc!
Por: Clemente  Nobrega

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O que a empresa deve pagar quando demite um funcionário?


chefe e funcionário conversando
Respondido por Peterson Vilela Muta, especialista em direito do trabalhoA demissão do empregado sem justa causa é aquela praticada pela empresa sem qualquer justificativa. Neste caso, a empresa deve pagar: saldo de salário, aviso prévio, aviso prévio especial para empregados com mais de um ano de trabalho, férias vencidas e proporcionais, abono constitucional de 1/3 sobre férias vencidas e proporcionais, 13º salário proporcional e multa de 40% do FGTS.
Neste caso, a empresa deverá observar a convenção coletiva do sindicato para constatar a existência de eventual benefício extraordinário. O pagamento das verbas acima deverá ocorrer até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato ou até o décimo dia a partir da data da notificação quando ficar estabelecida a dispensa do cumprimento do período destinado ao aviso prévio.
A demissão por justa causa é aquela que ocorre devido a uma falta grave praticada pelo empregado. Neste caso é necessária a fundamentação legal no comunicado de notificação que gerou a demissão.
Na dispensa por justa causa o empregado terá direito aos seguintes pagamentos: saldo de salário, férias vencidas e abono constitucional de 1/3 sobre férias vencidas. O empregado perde o direito de resgatar os depósitos do FGTS, além de não ter acesso ao benefício do seguro desemprego.
O pagamento das verbas devidas ao empregado dispensado por justa causa deverá ocorrer até o décimo dia contado da data da notificação.
Em nenhuma das hipóteses a empresa pode anotar na carteira de trabalho do empregado o motivo da dispensa, ainda que o empregado tenha cometido falta grave. Qualquer anotação constrangedora poderá ser objeto de ação trabalhista com pedido de indenização.
Peterson Vilela Muta é advogado especialista em direito do trabalho 
e coordenador do departamento trabalhista do escritório L.O. Baptista Advogados
Fonte: Exame.com

Planejamento Estratégico (ou falta de...)


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Você conserta janelas?

Se você é um empreendedor, deveria consertar. Já explico.
Você já deve ter ouvido falar no modelo “tolerância zero”, que é utilizado no combate ao crime em Nova Iorque. Trata-se de um modelo inspirado em uma teoria conhecida como “teoria das janelas quebradas”, segundo a qual, é através da complacência zero com os pequenos detalhes que se chega ao elevado patamar de qualidade nos demais aspectos.
No combate ao crime, a teoria das janelas quebradas foi utilizada reduzindo-se a zero a tolerância com os pequenos delitos como forma de evidenciar o tratamento firme e ostensivo que seria dado aos demais crimes. Dessa maneira, a cidade de Nova Iorque passou a tratar como crime o que antes era praticamente um aspecto comum à cultura da metrópole, como pichações, vandalismo, importunação, entre outros. O recado era claro: “se os pequenos delitos merecem um tratamento sério e contundente, imaginem o que faremos com os responsáveis por delitos maiores”. Deu certo!
Como funciona?
A essência da teoria é simples e de fácil compreensão. Baseia-se no fato de que pequenos problemas, a falta de atenção aos detalhes, a falta de cuidado, pequenos erros e demais aspectos negativos relacionados a qualquer contexto acabam por comunicar certo nível de tolerância e complacência por parte dos responsáveis, o que por sua vez estimula outros, novos e inclusive maiores problemas.

Trata-se de um mecanismo psicológico das massas simples de compreender. Um estímulo puxa o outro e resulta em uma cadeia de eventos associados. Da mesma maneira que uma cidade de ruas limpas e bem conservadas inibe comportamentos como jogar papéis e lixo nas ruas, uma cidade de ruas sujas e pichadas, por incrível que pareça, acaba até por estimular certo nível de falta de cuidado por parte dos seus cidadãos.
Por que esse nome estranho?
A teoria ganhou esse nome após um estudo com imóveis residenciais no qual os pesquisadores avaliavam o que ocorria com casas que ficavam vazias por determinado período. Segundo a pesquisa, os imóveis que aparentavam zelo e cuidado tendiam a ficar conservados e preservados durante maior tempo, ao passo que imóveis com pequenos sinais de descuido, como correspondências jogadas na garagem, folhas de árvores nas calhas e no chão e correntes com cadeado pelo lado de fora acabavam por estimular o vandalismo e até depredação.

Segundo os pesquisadores, um dos aspectos com maior potencial de comunicar a falta de atenção dos proprietários para com o imóvel estava relacionado justamente as janelas. Bastava uma pequena janela quebrada para estimular outros atos de vandalismo e dano à propriedade. Era como que afirmar: “opa, aqui não tem ninguém nem há cuidado e atenção em relação ao imóvel, podemos vandalizar sem ser importunados e sem sofrer as conseqüências”. Daí o nome de teoria das janelas quebradas.
E na prática?
Nas empresas, a teoria em questão se mostra visível sob a forma da complacência da empresa e dos seus gestores – incluindo o empreendedor – aos problemas contidos nos detalhes. São os erros que a empresa se acostuma a cometer, os descuidos com sua marca e comunicação, os desperdícios, a falta de controle nos custos, a falta de atenção aos clientes, aos processos e à qualidade entre outras “janelas quebradas” que acabam por estimular na própria empresa o desmazelo, falta de cuidado e complacência com os erros e problemas devido ao caráter de normalidade que esses aspectos ganham junto a própria empresa e seus funcionários.

O processo é simples e ao mesmo tempo catastrófico. Janelas quebradas estimulam falta de cuidado e até vandalismo. Por isso, se transformam em um aspecto da cultura. Empreendedores e gestores que se acostumam a engolir e não tratar os problemas menores estão inconscientemente comunicando sua complacência e tolerância para com os problemas maiores e assim, acabam por estimular a falta de atenção aos detalhes.
Por isso, se você é um empreendedor, verifique quais são as janelas quebradas que existem na sua empresa e conserte-as já, sob o risco de vê-las se transformarem em um grande problema caso não o faça de imediato.
                                                                                                                                      Scher Soares