Um dos maiores desafios dos gestores é manter em alta a motivação da equipe sob seu comando, já que este fator influencia não somente o ambiente de trabalho, mas também os resultados da empresa. A sensação de motivação é determinada basicamente por quatro fatores: fisiológico, intelectual, emocional e relacional. A interação entre eles é que vai gerar a conduta do profissional.
Exemplifico a situação: em Pelotas trabalhei com Valdir, ele era gerente regional na época e estava no comando de aproximadamente 400 funcionários. A postura dele diante da equipe era de “coleira curta” e liderava com consciência dos atos de todos. Valdir era direto e pessoal e destacava pontualmente as qualidades de seus subordinados, explicando por que esse ou aquele profissional tinha sido designado para determinado projeto ou função. Desta maneira, a equipe era motivada num tom suave de desafio. O resultado era um grupo confiante e ciente de que poderia recorrer à ajuda de Valdir no momento que precisasse.
A motivação, porém, como disse, é construída a partir de vários fatores. O primeiro deles, o fisiológico, significa proporcionar um ambiente e/ou equipamentos de trabalho adequados às necessidades do corpo. Isso envolve um clima agradável, proteção de agentes externos, estação de trabalho ergonômica, sem excesso de ruídos etc. O segundo fator, o intelectual, não se resume somente à capacitação técnica da equipe, mas também na relação entre desafio/rotina estabelecida pela cadeia de atividades solicitadas pelo líder. O desafio na medida certa é importante para estabelecer um vínculo entre as pessoas e desenvolver a sensação de segurança em construir um projeto factível.
Os dois últimos fatores, emocional e relacional, estão muito atrelados. Ambos são ligados às relações interpessoais no trabalho e vida pessoal. No trabalho, isso envolve o relacionamento harmonioso com pares, subordinados e superiores, o clima organizacional e um sistema de comunicação interna eficiente. Na vida pessoal, o equilíbrio nas relações com familiares, amigos e parceiros é importante para o bom desempenho do ofício também. Além disso, o líder tem um dever extra, o de perceber desequilíbrios em membros da equipe, entender os problemas e ajudar a resolve-los.
Uma união proporcional destes fatores aliados a uma liderança exemplar geram equipes de sucesso. Os valores de cada profissional deste time devem estar alinhados aos valores da empresa para que sejam somados ao comportamento dos funcionários, do líder e, finalmente, com a cultura organizacional ali presente. Quando essa união é real o sucesso produtivo é certo e dificilmente resulta em estagnação profissional ou intrigas na equipe.
Bernt Entschev
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